quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Produção textual sobre a temática do romance


#  Realidade em "Dom Casmurro"




      O realismo de Machado de Assis abordou um tema intrigante: o adultério feminino, embora não se tenha certeza que tenha acontecido. Os leitores do século em questão estavam acostumados com idealização da mulher e com o personagem heróico e prodígio característico do Romantismo, mas o Realismo vem para quebrar essa imagem, buscando aproximar-se do real, isto é, dos acontecimentos frequentemente presentes na sociedade.

     Um dos melhores romances machadista , “Dom Casmurro", é abortado a traição, ou melhor dizendo a desconfiança de Bentinho pela sua ‘amada’. O autor criou de forma criativíssima uma obra capaz de prender o leitor, criando-lhe a dúvida: Capitu traiu ou não Bentinho?

     Esses acontecimentos podem servir de denúncia — apesar de fictício e não ter sentido documentário — aos costumes sociais da época e ainda refletem aos seus hábitos hodiernos. Para se ter uma ideia, em países como Estados Unidos, França e Itália, cerca de 3,7% dos homens e 3,1% das mulheres confessam que alguma vez na vida traíram seus parceiros, conforme o livro "Na ponta da língua", da jornalista americana Pamela Druckerman. Isso nem chega perto dos casais brasileiros. A última pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que 11% das mulheres na mesma situação disseram ter relações extraconjugais.

     A traição é um problema mais comum do que pensamos e os ciúmes de forma doentia é uma doença gravíssima, podendo gerar problemas inimagináveis, na obra de Machado o final da história não se difere do real, que em diversas vezes acaba de forma trágica.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Resumo do livro Dom Casmurro




Livro

# Resumo do livro "Dom Casmurro"







     Bento Santiago, um advogado de meia idade, vive sozinho numa boa casa, em bairro distante do centro do Rio de Janeiro onde é conhecido como Dom Casmurro. Para preencher a vida pacata de viúvo sem filhos, Dom Casmurro resolve contar suas lembranças, isto é, atar as duas pontas da vida, a adolescência e a maturidade. Adolescente, Bentinho descobre-se apaixonado pela menina da casa ao lado, a Capitu. Inteligente, com idéias atrevidas, Capitu convence Bentinho a não concordar com o projeto de sua mãe, Dona Glória, senhora viúva e rica, que queria fazê-lo padre. Bentinho tanto encanta-se pela firmeza de Capitu quanto fica fascinado por seus cabelos, pelos olhos de ressaca e começa a conhecer as regras do amar.
Cena da minissérie "Capitu"
     A vida toma o rumo que desejam os apaixonados: depois do seminário, do curso de Direito em São Paulo, casam-se. A vida corre feliz até o dia em que brota o ciúme, de tudo e de todos. A história de amor transforma-se numa história de suspeita de traição. O ciúme faz de Bento Santiago um homem cruel e perverso. Mordido pela dúvida de que o pequeno Ezequiel seja não seu filho, mas de seu amigo Escobar, com que aparenta visível semelhança, impõe a separação à Capitu. Para todos os efeitos, o bacharel rico enviava o filho, acompanhado da mãe para estudar na Suíça. Nunca mais Bentinho encontrou Capitu, que morre na Europa. Só revê o filho uma vez, antes de o rapaz morrer de tifo, numa viagem científica a Jerusalém.
FONTE: resumodelivros.com.br

Autor do romance "Dom Casmurro"



# Machado de Assis




     Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no rio de janeiro em 1839 e aí faleceu em 1908. Mulato, de origem modesta, ficou órfão cedo. Aos dezesseis anos tornou-se tipógrafo aprendiz. Posteriormente foi jornalista e fez carreira no funcionalismo público. Iniciou a carreira literária com poemas e crônicas, partindo depois para teatro, contos e romances. Estes últimos são normalmente divididos em fase romântica e fase realista. A segunda fase garantiu a Machado o título de maior escritor da literatura brasileira. Foi fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1896.
     Obras: Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), Poesias Completas (1901), poesia; Contos fluminenses (1870), Histórias da Meia-noite (1873), Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896), Relíquias da casa velha (1906), conto; Ressurreição (1864), A mão e a luva (1874), Helena (1876), laiá Garcia (1878), romances da fase romântica; Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), romances da fase realista; além de peças de teatro e crônicas.


Dom Casmurro

capítulo II


     “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.”

Capitu, quadro de Renoir



Memórias póstumas de Brás Cubas

Capítulo XVI/uma flexão imoral


     “Ocorre-me uma reflexão imoral, que é ao mesmo tempo uma correção de estilo. Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros deste mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. Esta é a reflexão imoral que eu pretendia fazer, a qual é ainda mais obscura do que imoral, porque não se entende bem o que eu quero dizer. O que eu quero dizer é que a mais bela testa do mundo não fica menos bela, se a cingir um diadema de pedras finas; nem menos bela, nem menos amada.
     Marcela, por exemplo, que era bem bonita, Marcela amou-me...”
FONTE: SISTEMA EDUCACIONAL DO 3° MILÊNIO. p. 107 e 108





# Você sabia?





Doze curiosidades sobre Machado de Assis:
1.    O carioca Francisco José de Assis, pai de Machado, era pintor de paredes e descendentes de escravos alforriados.
2.   O avô de escritor foi escravo da chácara de Maria José de Mendonça Barroso, no morro do Livramento. Ela batizou o escritor e foi em sua biblioteca que Machado começou a ler.
3.   A única irmã do escritor, Maria Machado de Assis, dois anos mais velha, e a madrinha dele, Maria José de Mendonça Barroso, morreram em 1845. As duas foram vítimas de sarampo.
4.   Cinco anos após a morte da mãe de Machado de Assis, causada por tuberculose, seu pai se casou com Maria Inês da Silva, que era lavadeira, cozinheira e doceira.
5.   Machado não teve educação formal e teria trabalhado desde criança, como vendedor de balas e doces feitos por sua madrasta e engraxate. Talvez tenha sido coroinha.
6.   Machado traduziu o romace “Os Trabalhadores do Mar” de Victor Hugo, na juventude, publicado em 1886 pela Perseverança. Estudo sozinho alemão e inglês.
7.    Em 1839, ano em que Machado nasceu, o Rio tinha aproximadamente 200 mil habitantes, metade deles eram escravos. O primeiro endereço do escritor foi a quinta no morro do Livramento, junto à zona portuária.
8.   Machado foi enterrado ao lado da mulher Carolina, obedecendo ao seu desejo, no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio. Carolina morreu quatro anos antes dele, em 1904.
9.   No fim de sua vida, Machado de Assis determinou que toda correspondência trocada entre ele e Carolina (sua esposa) fosse queimada. Sobraram apenas duas, preservadas por sobrinhas de Carolina.
10.A suposta traição de Capitu no romance “Dom Casnurro” só foi apontada pela crítica americana Helem Caldwell nos anos 60. Antes, acreditava-se que a protagonista era culpada das acusações de Bentinho.
11.  Muitas das citações bíblicas usadas por Machado são sacásticas. Em “Dom Casmurro”, o autor compara a criação do mundo com uma ópera que tem como autores Deus e o Diabo.
12. A imagem de Machado de  Assis foi estampada na cédula de mil cruzados, que circulou ente 1987 e 1990. Villa-Lobos e Candido Portinari também foram homenageados nos cruzados.
FONTE: FOLHA ONLINE