# Sociedade Refletida na Obra
“O Cortiço” é uma obra que melhor pode representar o movimento
realista e naturalista que tomava proporções cada vez maiores no inicio do
século XIX. Escrita por Aluísio de Azevedo, ele busca mostrar a sociedade
refletido-a na sua obra, embora não tenha fins documentários, a história
fictícia por ele criada pode demonstrar o que acontecia na sociedade brasileira
da época.
O espaço principal em que acontecem as cenas é o cortiço, embora na
história haja a presença de outros espaços como a pedreira e o sobrado. O
primeiro ambiente, o cortiço, é um amontoado de casebres onde os indivíduos de
classes baixas habitavam; trata-se de um lugar onde pessoas de variadas
culturas e raças viviam em um aglomerado promiscuo.
Na contextualização da obra o autor procura mostrar a influencia
que o meio social provoca no indivíduo a ponto de degradar seu caráter,
levando-o para a imoralidade sexual. Para exemplificar essa posição podemos
destacar a personagem do português Jerônimo que possuía um caráter admirável,
até se envolver com a mulata Rita Baiana que marca a transformação ocorrida no
homem que outrora possuía um modo de vida exemplar.
No realismo/naturalismo a mulher ganha uma condição que se contrapõem
de forma radical do movimento anterior, o Romantismo. Ela agora deixa de
representar um ser casto, idealizado e personificado se transformando na mulher
real com defeitos e falhas que se encaixavam naquela sociedade. Percebemos que o autor acaba colocando-as em um patamar de
promiscuidade, selvageria e instintividade primitiva, independente da classe
social da qual ela venha a pertencer.
Em suma, Aluísio ao lançar
sua obra em 1890, tenta despir as idealizações criadas pelos românticos, para
colocar em seu lugar uma visão sistêmica desapaixonada de uma sociedade
corrompida do século XIX.
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Aluísio de Azevedo |
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