segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Cortiço

#  Sociedade Refletida na Obra






     “O Cortiço” é uma obra que melhor pode representar o movimento realista e naturalista que tomava proporções cada vez maiores no inicio do século XIX. Escrita por Aluísio de Azevedo, ele busca mostrar a sociedade refletido-a na sua obra, embora não tenha fins documentários, a história fictícia por ele criada pode demonstrar o que acontecia na sociedade brasileira da época.
     O espaço principal em que acontecem as cenas é o cortiço, embora na história haja a presença de outros espaços como a pedreira e o sobrado. O primeiro ambiente, o cortiço, é um amontoado de casebres onde os indivíduos de classes baixas habitavam; trata-se de um lugar onde pessoas de variadas culturas e raças viviam em um aglomerado promiscuo.
     Na contextualização da obra o autor procura mostrar a influencia que o meio social provoca no indivíduo a ponto de degradar seu caráter, levando-o para a imoralidade sexual.  Para exemplificar essa posição podemos destacar a personagem do português Jerônimo que possuía um caráter admirável, até se envolver com a mulata Rita Baiana que marca a transformação ocorrida no homem que outrora possuía um modo de vida exemplar.
     No realismo/naturalismo a mulher ganha uma condição que se contrapõem de forma radical do movimento anterior, o Romantismo. Ela agora deixa de representar um ser casto, idealizado e personificado se transformando na mulher real com defeitos e falhas que se encaixavam naquela sociedade. Percebemos que o autor acaba colocando-as em um patamar de promiscuidade, selvageria e instintividade primitiva, independente da classe social da qual ela venha a pertencer.
     Em suma, Aluísio ao lançar sua obra em 1890, tenta despir as idealizações criadas pelos românticos, para colocar em seu lugar uma visão sistêmica desapaixonada de uma sociedade corrompida do século XIX.
Aluísio de Azevedo

 

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